quinta-feira, 19 de maio de 2011

Livro polêmico sobre educação infantil chega ao Brasil


Grito de Guerra da Mãe Tigre, demonstra as diferenças entre os métodos de criação ocidental e oriental. Amy Chua que é filha de americano e chinês, resolveu aplicar as técnicas da criação oriental para educar as suas duas filhas: autoridade inquestionável, rigidez, alto nível de exigência e restrições. E esta experiência ela descreve no livro.

Logo nas primeiras páginas, Amy cita um estudo realizado com 50 mães ocidentais e 48 mães chinesas para demonstrar o quão diferente estas mulheres podem ser. A grande maioria das chamadas “mães-tigre” acreditam que seus filhos podem ser os melhores da classe. Para elas, o sucesso acadêmico é reflexo da criação. Já, 70% das mães ocidentais, acham que pressionar as crianças para o êxito escolar não é a melhor atitude a se tomar. “No entendimento da mãe chinesa, nada é divertido até você ser bom naquilo”, resume Amy em seu livro. 

Com o seu livro recém-chegado ao Brasil, surge a questão: o que as mães ocidentais podem aprender com as orientais – e vice-versa? 

Em “Grito de Guerra...”, Amy não afirma considerar as mães chinesas superiores às outras e admite ter tomado atitudes extremas com Sophia, hoje com 18 anos, e Lulu, a a mais nova. Porém, foram eficazes. 

Também diz: “os pais chineses acreditam saber o que é melhor para seus filhos e, portanto, passam por cima de todos os desejos e preferências deles”, escreve ela.


Amy é professora em uma universidade dos Estados Unidos e nem por isso deixou de dedicar-se a educação de suas filhas e a ser rígida com elas, como por exemplo, cobrar a prática do piano 90 minutos diariamente. 

Sendo assim, o envolvimento da mãe chinesa na educação da criança é maior que o da ocidental, independentemente da disponibilidade de tempo. 


Trecho do livro “Grito de Guerra da Mãe Chinesa”, de Amy Chua 


"Muita gente se pergunta como os pais chineses em geral criam filhos tão bem-sucedidos. Querem saber o que eles fazem para produzir tantos gênios em matemática e prodígios em música, como é a vida numa família chinesa, e se questionam se seriam capazes de fazer o mesmo. Bem, eu posso contar, porque eu fiz. Eis algumas coisas que minhas filhas, Sophia e Louisa, nunca tiveram permissão de fazer: 

• dormir na casa de amiguinhas
• aceitar convites para brincar com amiguinhos
• participar de peças encenadas na escola
• reclamar por não participar de peças encenadas na escola
• ver televisão ou brincar com jogos no computador
• escolher suas atividades extracurriculares
• tirar qualquer nota abaixo de A
• não ser a primeira da classe em todas as matérias, exceto educação física e teatro
• tocar qualquer instrumento senão piano ou violino
• não tocar piano ou violino 

(...) 

Apesar de nossos escrúpulos em relação a estereótipos culturais, há toneladas de estudos por aí que mostram diferenças consideráveis e quantificáveis entre chineses e ocidentais no que se refere à criação dos filhos. Numa pesquisa feita com 50 mães americanas ocidentais e 48 mães imigrantes chinesas, quase 70% das ocidentais diziam que “enfatizar o êxito acadêmico não faz bem à criança”, ou que “os pais precisam alimentar a ideia de que aprender é divertido”. Por outro lado, aproximadamente 0% das mães chinesas tinha a mesma visão. A maioria delas dizia achar que seus filhos poderiam ser “os melhores” alunos; que o “êxito acadêmico reflete o sucesso da educação recebida em casa”; e que, se as crianças não se destacavam na escola, é porque havia um “problema”, e os pais “não estavam fazendo o que deviam”. Outras pesquisas indicam que os pais chineses passam dez vezes mais tempo que os ocidentais por dia realizando atividades escolares com os filhos. Por outro lado, as crianças ocidentais são mais propensas a participar de equipes de esporte. 

Isso leva ao meu argumento final. Pode-se pensar que os pais esportistas americanos sejam semelhantes às mães chinesas. Porém, isso está errado. Ao contrário da mãe ocidental típica, que passa o dia carregando os filhos para cumprir uma agenda abarrotada de atividades esportivas, a mãe chinesa acredita que (1) os deveres escolares são sempre prioritários; (2) um A-menos é uma nota ruim; (3) seus filhos devem estar dois anos à frente dos colegas de turma em matemática; (4) os filhos jamais devem ser elogiados em público; (5) se seu filho algum dia discordar de um professor ou treinador, sempre tome o partido do professor ou do treinador; (6) as únicas atividades que seus filhos deveriam ter permissão para praticar são aquelas em que puderem ganhar uma medalha; e (7) essa medalha deve ser de ouro". 


Uma leitura interessante, visto de uma panorâmica diferente. Recomendamos!

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